por
George Gonsalves
Acabo de receber o esperado lançamento da CPAD, As obras de Armínio. Dividido em três
volumes, a obra alcança mais de 1.500 páginas e é uma excelente oportunidade de
conhecermos de primeira mão o pensamento do teólogo holandês Jacó Armínio
(1560-1609), que ousou contestar o calvinismo, doutrina dominante na Europa, na
época em que viveu.
No primeiro volume (592p), há uma breve biografia do
autor e a exposição de seu entendimento sobre doutrinas bíblicas clássicas,
tais como: predestinação, providência divina, livre-arbítrio do homem, graça de
Deus, perseverança dos santos, certeza da salvação, dentre outras. Suas
opiniões sobre estes temas causaram grande controvérsia entre os calvinistas. No
segundo tomo (464p), há a explanação sobre outros tópicos importantes da fé
cristã, como por exemplo: perfeição das Escrituras, natureza de Deus, criação e
ceia do Senhor. Finalmente, no último volume (487p), encontramos o debate
escrito entre Armínio e o calvinista Francis Junius, professor da Universidade
de Leiden, além de um exame sobre o tratado do puritano William Perkins sobre a
predestinação.
Geralmente, os discípulos não repetem completamente
os ensinamentos dos seus mestres. Eles os modificam por divergências pessoais,
ou por fatores externos (políticos, sociais ou econômicos). Deste modo, muitos
dizem que Calvino não é calvinista, assim como John Wesley, evangelista do séc.
XVIII, não é wesleyano. Com a obra do teólogo holandês, lançada pela primeira
vez no Brasil pela CPAD, poderemos, enfim, responder à pergunta: Armínio é
arminiano?